2. CORONAVIRUS 2019-2020 e GRIPE A H1N1 de
2009-2010, em Portugal e no Mundo
Semelhanças e Diferenças
PARTE II - Recomendações e Medidas
preventivas
A História é e sempre foi uma das nossas
melhores “Mestras”, em todos os campos do saber. Das muitas lições que nos
transmitiu, há algumas que pela sua enorme relevância e sentido prático,
deve(ria)m ser consideradas, princípios orientadores das regras e conceitos
básicos no domínio da prevenção da gripe e de outras doenças transmitidas por
via aérea, incluindo as provocadas por coronavírus, a SARS-CoV, em 2002, a
MERS-CoV, em 2012, e, agora, a COVID-19.
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O conjunto de Normas e Recomendações que a
seguir apresentamos, não muito diferentes daquelas que as autoridades,
nacionais e internacionais de saúde, veicula(ra)m, desde o início da Gripe A
H1N1 de 2009 e, agora, durante este surto da COVID-19, justifica que se teçam
algumas considerações e reflexões, alertando o leitor para as conveniências
destes procedimentos, em termos de higiene e prevenção de qualquer patologia
virulenta, endémica, epidémica ou pandémica.
1• Evitar a permanência, dentro do
possível, em ajuntamentos e locais ou espaços, especialmente, fechados, com
grande densidade populacional, onde a probabilidade de contágio aumenta, e não
hesitar em USAR MÁSCARA; é evidente que o simples facto de se respirar ar
condicionado em “circuito forçado”, mesmo fazendo uso de filtros “ditos
especiais” (embora estes possam oferecer maior segurança), constitui sempre um
risco significativo.
2• Se houver suspeita de se ter contraído
Gripe ou COVID-19, deve-se procurar confirmar, junto do médico, o diagnóstico
e, até prova em contrário, aconselha-se a proteção das entradas /saídas
respiratórias (nariz e boca) com lenços ou, de preferência, Máscaras, a fim de
não se contaminar ninguém, através da tosse e espirros; de igual modo, sempre
que se tussa ou espirre, para se evitar a projeção de quaisquer partículas (de Flugge)
de muco ou saliva sobre outras pessoas próximas, na ausência de lenço
disponível, é melhor fazê-lo sobre o próprio braço ou antebraço. Estes
conselhos são, de resto, aquilo que qualquer pessoa deve aprender a fazer desde
criança, enquanto prática higiénica fundamental diária, e não apenas durante
surtos gripais endémicos, epidémicos e pandémicos ou de qualquer outra natureza
contagiosa. Criando estas "barreiras", prevenimos a eventual formação
de nuvens de aerossóis constituídos pelas pequeníssimas “partículas de Flugge”,
sempre passíveis de conter grandes concentrações de vírus.
3• Ao contrário do que verificou hoje, com
a COVID-19, a OMS, aquando da Gripe A (H1N1)v. de 2009-10, não aconselha/ou, na
nossa opinião, erradamente, o uso preventivo de máscara (cobrindo nariz e boca)
para quem, não estando doente, tenha que permanecer em ambientes ou espaços
públicos fechados e pouco arejados. Por outro lado, recomenda que se evite,
dentro do possível, viagens de avião. Neste meio de transporte, o ar que se
respira é forçado a girar, obrigatoriamente, em circuito fechado.
Na nossa opinião, os passageiros, logo que
cumpridas as normas de identificação, uma vez dentro da aeronave, exatamente,
pelas razões atrás apontadas (emanadas pela própria OMS), deveriam poder fazer
uso de máscara. Mas se a bordo de aviões, o uso de máscara generalizado nunca
chegou a ser aconselhado e entre as tripulações das linhas aéreas Portuguesas a
necessidade dessa proteção, aparentemente, nunca foi considerada, a verdade é
que algumas companhias aéreas Americanas e Asiáticas não impediam o seu uso a
quem fizesse questão disso. Todavia, o Centers for Disease Control and
Prevention (CDC), em Dezembro de 2009 emitia, nas suas orientações
provisórias para gestão gripal em aviões, conselhos adequados sobre o uso desta
proteção. Os passageiros doentes com suspeita de Gripe ou de qualquer outra
patologia respiratória aguda, e com caráter infecioso, como é o caso da
COVID-19, em princípio, não deveriam viajar sem vigilância médica. Porém,
quando autorizados, deve(ria)m usar máscara, colocando-a, obrigatoriamente,
durante o voo e, se possível, teriam que ocupar lugares distantes cerca de 1,80
metros ("6 feet") dos restantes passageiros. Esta medida preventiva,
é exatamente a mesma que, enquanto grassa esta epidemia, se recomenda, vivamente,
a toda a gente. Mas, se este afastamento se tem verificado, praticamente, em
todo o lado, já o uso da Máscara continua a falhar em muitas zonas do país,
sobretudo, naquelas onde a população não pressente ou se apercebe que não há
casos de infeção. Todavia, esta crença pode ser errada, pode ser fatal. Um
infetado, no período prodrómico (inicial) da doença, não traz etiqueta na
testa, nem qualquer sinal sugestivo de infeção. Por isso, a Máscara é meio
caminho andado para prevenir complicações.
Esta medida iria ter, necessariamente,
repercussões enormes em termos económicos e baixar os lucros das demais
companhias aéreas, as quais teriam assim de limitar, em todos os voos, o número
de passageiros. Quando falamos em viagens aéreas, onde se verifica, normalmente,
uma significativa concentração populacional num espaço fechado e de reduzidas
dimensões, teremos de pensar também noutros meios de transporte, barcos,
comboios, etc. E será que esta medida, dos cerca de dois metros da distanciação
entre passageiros, irá mesmo ser, obrigatoriamente, implementada, alguma vez,
nestes contextos críticos pandémicos?
É óbvio que os vírus da Gripe de 2009 e,
atualmente, a COVID-19 se disseminaram pelos diversos continentes,
especialmente, através das viagens aéreas, e os meios de deteção sanitária de
epidemiados, com doença ativa e já com sintomatologia ou ainda em fase
prodrómica, não demonstraram a eficácia tantas vezes apregoada. Os potenciais
doentes puderam viajar, sem restrições, de avião, de comboio, de paquete-cruzeiro,
de automóvel, e espalhar partículas de Flugge à vontade. Segundo
Francisco George, Diretor Geral de Saúde, referindo-se à gripe de 2009, dos
“107 casos de morte por gripe A (H1N1)v, registados até hoje (2.fev.2010) em
Portugal, há 91 casos importados – pessoas que foram infetadas em viagens ao
estrangeiro”. Francisco George defende ainda que, salvaguardando os
profissionais de saúde a quem se aconselha, como é óbvio, o uso de máscara
durante o contacto com doentes suspeitos, não se recomenda, nem se distribui
tal acessório, a não ser em casos especiais, porque a infeção não assume níveis
de descontrolo como os que se observaram no México, epicentro da pandemia.
Hoje, durante esta tremenda pandemia de
Coronavírus, tal como em 2009,
consideramos, uma vez mais, fundamental o uso deste acessório de
proteção, a Máscara, para todos os profissionais que servem a medicina do país,
os quais, durante o exercício desgastante da sua nobre profissão, nas mais
diversas unidades e serviços de saúde, onde, afluem milhares de utentes, alguns
deles infetados, outros em fase prodrómica da doença (com poucos ou nenhuns
sintomas), não só, se tornam alvos preferenciais deste agente mórbido, como
correm também o risco de poderem vir a ser agentes de contágio. E, quer a morbilidade,
quer a mortalidade por contágio de COVID-19, observadas entre técnicos de
saúde, médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica, durante o exercício da
sua profissão de alto risco, nos mais diversos países flagelados pelo vírus,
primeiramente, a China, e, em seguida, a Áustria (provável polo de dispersão
doença na Europa), têm vindo a aumentar consideravelmente.
A MÁSCARA é, pois, um acessório de uso
fundamental, para todos aqueles que vivem, trabalham ou são obrigados a
frequentar locais onde, suposta ou comprovadamente, pode haver risco de
infeção. Mas, esta preocupação não chega. Segundo estudos desenvolvidos por
especialistas em infecciologia e genética viral, a capacidade de sobrevivência
ambiental destes microrganismos (coronavírus) é uma coisa séria: podem
persistir ativos a temperaturas entre os 21º C. e os 25º C, durante várias
horas ou mesmo alguns dias, em superfícies de Vidro, Papel ou Papelão, Cerâmica
(azulejos e lajes), Couro, Madeira, Latex (luvas), PVC, Plástico e Metais
(cobre, alumínio, aço inox e outros). Puderam também concluir que o vírus,
entre aquelas temperaturas, mantém a sua maior durabilidade ativa, cerca de
nove dias, em superfícies de plástico ou de aço inox. Nessa medida, deve-se
proceder, sempre que possível, à desinfeção dos referidos materiais com
produtos antissépticos recomendados: usando toalhetes alcoolizados ou através
de pulverização direta (spray) com etanol ou álcool etílico a 70º, na
inexistência de 95º C.; peróxido de hidrogénio (água oxigenada a 0,1%) e hipoclorito
de sódio (lixívia), usado em mistura aquosa (uma parte de lixívia por nove
partes de água).
Para a esterilização de Livros ou de
qualquer objeto ou documento feito de papel, a desinfeção é mais delicada e
complexa:
- Se for “Capa” de livro, a solução de gel
alcoolizado é a melhor solução para o efeito, sem por em risco a estrutura do
material.
- Se se tratar do “Miolo” de livro, a
esterilização é bem mais difícil, e somente a alta temperatura ou pelo recurso
à radiação ultravioleta, é possível proceder à sua esterilização.
- Quanto às “Notas bancárias”, que mudam
de mão em mão, diariamente, e podem conter, sem sombra de dúvida, dezenas,
senão centenas de germes, uns mais patogénicos do que outros, só através de
altas temperaturas e da radiação ultravioleta poderão ser desinfetadas.
Reservam-se tais procedimentos para os responsáveis dos Bancos Nacionais, se,
eventualmente, alguém lhes fizer lembrar dessa necessidade prioritária, agora
que estamos a viver uma crise como esta, da COVID-19. Como tratamento caseiro,
garantindo alguma eficácia, aconselhamos a que se borrifem, primeiro, com
álcool a 70º e se limpem e sequem, alguns minutos depois, com papel higiénico;
podem também ser lavadas, secas e passadas a ferro, sob um pano fino e com as
devidas cautelas.
O Conselho Ideal é aquele que já todos nós
acabámos de descobrir: USAR CARTÃO DE CRÉDITO, em todas as nossas operações e,
depois disso, proceder à sua limpeza com gel alcoolizado, ou Álcool a 70º ou a
96º diluído (7 partes de álcool + 3 partes de água), “por via das
dúvidas”.
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Apesar dos esforços desencadeados por
todos os intervenientes na área da saúde, da governação e do setor industrial e
farmacêutico, no sentido de se responder às imperativas necessidades sanitárias
geradas pela epidemia da COVID-19, a verdade é que, numa boa parte das unidades
hospitalares do país, como se tem visto, Não Faltam Apenas Máscaras e outros
EPI´s; escasseiam também papel, álcool, gel alcoolizado e ventiladores,
imprescindíveis para os doentes mais críticos.
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Face à dificuldade de acesso a máscaras,
sobretudo, para uso comum, extra-hospitalar, deixamos aqui uma sugestão útil:
faça-a você mesmo! Como?! Consulte a INTERNET ou tente seguir as instruções que
se seguem:
- Usando tecido de algodão (um pedaço de
uma fronha ou de um lençol), dobrado em duas camadas se o tecido for demasiado
fino, ou uma ou duas folhas duplas de rolo de papel de cozinha, com medidas
suficientes para cobrir a boca e o nariz, e um ou dois elásticos, que podem ser
cosidos à máquina ou à mão, é possível prepararmos uma série de máscaras para
uso pessoal ou dos nossos familiares. As confecionadas em tecido de algodão,
mais fiáveis, podem ser sempre recicladas, isto é, depois de usadas e sujeitas
a lavagem, nos meios aquosos e de alta temperatura já atrás citados,
posteriormente à secagem, est(ar)ão novamente prontas a ser utilizáveis.
Lembramos que os filtros para coar café, em tecido de algodão ou flanela,
usados em muitas casas das aldeias portuguesas, eram quase sempre de confeção
caseira.
As máscaras de papel, essas, deverão ser
postas no lixo indiferenciado e substituídas por outras.
Ainda sobre Máscaras: abundam conselhos
sobre como confecionar em casa estes equipamentos com viseira, usando uma folha
de plástico transparente (de acetato de polipropileno), dessas que se usam como
separadores, adquiridas em livrarias ou supermercados. Os óculos, para quem os
use, são facilmente adaptados a estas viseiras. Realmente, pode ser improvisada
esta viseira e, com ela, limita-se, pelo menos, o acesso às mucosas dos olhos,
do nariz e da boca, de qualquer partícula de saliva ou secreções projetadas,
direta e frontalmente, sobre estas portas de entrada. A viseira serve,
realmente, de proteção, mas relativa. Aberta em cima e em baixo, se o indivíduo
vier a respirar quaisquer partículas (de Flugge) em suspensão no
ambiente, por exemplo, provenientes de um espirro, as quais podem permanecer no
ar, sob a forma de aerossol, durante largos minutos, sobretudo em espaço
fechado onde não haja correntes de ar, como é de supor, este tipo de viseira
não garante uma grande proteção.
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Em 2009, durante a Gripe, e agora, novamente,
durante esta pandemia de Coronavírus, quer a OMS, quer a maior parte das
autoridades sanitárias dos diversos países flagelados por estas doenças (…),
pura e simplesmente, não valorizaram as potenciais trajetórias virais que
viriam a acompanhar, como sempre, a deslocação das populações em todos os meios
de transporte, terrestre, marítimo e aéreo. Houve, pois, claramente, uma falha
estratégica nos planos de contingência, porque a morbilidade resultante da
enorme infecto-contagiosidade do vírus A (H1N1)v provar-nos-ia, sem sombra de
dúvida, que se poderia ter limitado, um pouco mais, o impacto sanitário e
económico desta pandemia, apesar de tudo, não tão mortífera como se temia.
Tivesse sido um Vírus de gripe ou qualquer outro vírus mais letal, e todas as
medidas teriam sido poucas para limitar a mortalidade. Não é fácil diagnosticar
qualquer doença, numa fase clínica inicial (sobretudo, enquanto não surge
febre), nem identificar um potencial doente infetado de Gripe ou de Coronavírus
no “ato de embarque”. Precavendo o contágio dos seus parceiros do lado ou de
uma boa parte deles enclausurados no mesmo espaço, através de tosse, espirros e
eventuais contactos corporais, porque não admitir que tal acessório, a máscara,
possa ser usado livremente a bordo, durante situações epidémicas ou pandémicas
como a que vivemos? O seu uso ficaria ao livre-arbítrio de cada um. Caberia ao
passageiro a decisão de a colocar ou de a retirar durante a sua presença a
bordo, sobretudo, se a seu lado viajasse alguém com queixas respiratórias
sugestivas de doença – febre, tosse ou espirros. Não é a única medida
profilática capaz de fazer frente a uma situação desta natureza, é verdade. Mas
é mais uma e, se no futuro nos viermos a confrontar com novos surtos
infetocontagiosos deste tipo, seria bom ponderarmos que todos os cuidados são
poucos. E que os vírus viajam de avião, já ninguém tem dúvidas. O atual
coronavírus (COVID-19), viria, infelizmente, a comprovar, uma vez mais, as
nossas convicções.
Há, porém, ainda um outro aspeto de ordem
logística que deve ser tido em consideração. Sempre que a bordo se torne
necessária a ingestão de água, sumos, leite ou outros alimentos sob a forma
líquida, o uso de palhinha ou sonda aspirativa, que pode ser recomendado sem
comprometer grandemente o sistema de proteção por máscara (tapando a boca e o
nariz), resolveria a questão de logística alimentar. Como é óbvio, aplicar
máscara protetora e tentar mantê-la em crianças pequenas (abaixo dos 2 anos),
é/seria uma tarefa difícil de realizar. Constitui, mesmo, a única dificuldade,
que antevemos, de resolução bastante complicada. Por isso, às mães com crianças
pequenas damos o conselho que nos parece mais adequado a estas circunstâncias:
protelar e evitar viagens de avião, o mais possível, enquanto grassar este ou
outro surto epidémico ou pandémico de grande infecto-contagiosidade. Os outros
passageiros, no entanto, se pudessem dispor de máscara, sentir-se-iam,
seguramente, muito menos vulneráveis. Um “eventual infetado”, a bordo, que
possa passar despercebido no controlo das autoridades sanitárias, por se
encontrar numa fase prodrómica da doença, tem muito menos hipóteses de
contaminar os restantes passageiros. Poderá pensar-se que não permitir o uso de
máscara a bordo de aviões comerciais é, não só, uma estratégia inteligente,
como a melhor forma de evitar o pânico e a insegurança entre as pessoas. Mas
também não parece ser esta a melhor solução para se ultrapassar o temor de
permanecer em espaço fechado, respirando o ar que todos respiram, em colisão total
com as próprias normas emitidas pela OMS e pelas autoridades nacionais de
saúde. Seria melhor refletir sobre tantos paradoxos e contradições e deixar,
definitivamente, de “enterrar a cabeça na areia”. Embora sempre com a noção de
que não é possível eliminar completamente o risco de contágio, estamos
convictos de que todos ganhariam com a medida, incluindo as empresas de
transportes aéreos, consideravelmente ressentidas com a quebra do número de
viagens, desde o início da pandemia.
4• Ter em atenção o contacto com objetos
ou materiais infetados por doentes (FOMITES) - corrimãos, maçanetas e pegas de
portas (de casa, de automóveis, de metro, de comboio ou autocarros, etc.),
mesas, secretárias, telefones, computadores, mangueiras e teclados em bombas de
combustível, teclados de multibanco, solas de sapatos, carrinhos e cestos de
supermercados, solas de sapatos, etc. - e proteger as mãos com luvas ou lenços
de papel descartáveis. A escolha dos respetivos produtos de limpeza e
antissépticos, como já o dissemos, deve ser, naturalmente, adequada a cada
material ou objeto, em particular, que se pretende desinfetar ou descontaminar.
5• Desinfetar, sempre que possível, todos
os materiais manuseados por indivíduos, crianças ou adultos, e sobretudo, se forem
suspeitos de doença.
6• Se se contrair a doença, deve-se
respeitar o isolamento no domicílio, se for este o alojamento temporário
medicamente aconselhado, e manter a “quarentena” até decisão médica contrária,
por forma a não contaminar ninguém e a evitar as complicações secundárias
(bronquites e pneumonias), desencadeadas pela Gripe ou, agora, pela COVID-19.
7• Lavar as mãos com Água Quente e Sabão
(de preferência Líquido) ou produtos antisséticos medicamente recomendados, e
secá-las, sempre que possível, com toalhetes descartáveis.
8• Evitar contactos das mãos ou lenços
sujos de muco (de tosse ou espirros) com os olhos e o nariz, também portas de
entrada da doença. Com máscara colocada ou não, nestas circunstâncias críticas,
em que o país foi colocado em estado de emergência, face ao número crescente de
infetados e de mortos pela ação do vírus, recomenda-se a todo o cidadão que
Evite, o mais possível, tocar ou coçar o rosto ou esfregar a boca ou os olhos
com as mãos, protegidas com luvas ou não. Todas as mucosas, como já o dissemos,
constituem portas de entrada e de contaminação viral. A proteção com luvas,
como requer procedimentos especiais para a sua utilização, manuseamento e
desinfeção posterior, a não ser que sejam descartáveis (e também estas não
devem ser retiradas de qualquer maneira), é preferível não ser considerada de
uso comum. É mais fácil e garantida a desinfeção regular das mãos com água e
sabão ou com qualquer outro meio antisséptico.
9• Instruir suficientemente as crianças
para respeitar o mais possível estes requisitos e normas preventivas. Estes são
alguns dos cuidados higiénicos importantes a reter que, se observados em
situações de crise epidémica deste ou de qualquer outro tipo, poderão ajudar a
fazer a diferença.
10• Dada a possibilidade remota de
contagiosidade de animais domésticos de estimação, em particular, gatos e cães,
já confirmada em alguns países, quando em contacto com pessoas infetadas de
COVID-19, de um modo geral, conviventes próximos com tais animais, seria de bom
tom que qualquer indivíduo doente com este vírus, e sob tratamento obrigatório
e isolamento social no domicílio, evite contactos muito íntimos com estes
simpáticos bichinhos. E, tal como se aconselham os humanos a lavar as solas dos
sapatos, com água e sabão, ou a esfregá-las num pano ou tapete bem molhado numa
mistura aquosa de (nove partes) de água
com (uma parte) lixívia e a, sempre que possível, não transportar estes
acessórios para dentro das residências, recomenda-se a que se proceda também à
limpeza das patas dos fiéis amigos caninos e, se possível, felinos (gatos de
estimação), quando regressam das suas passeatas, depois de serem levados à rua
pelas trelas. A lixívia, diluída em água ou não, nunca deve ser utilizada na
limpeza e desinfeção das patas destes animais, pela sua ação cáustica e
corrosiva. A lavagem com uma mistura de água e sabão abundante remove,
completamente, qualquer microrganismo alojado nas patas destes animais.
11• No atual contexto epidémico de
Coronavírus, em acréscimo a todos os procedimentos higiénicos já citados,
recomenda-se a todo o cidadão, residente em área considerada de elevado risco
de contagiosidade viral, e este grau estabelece-se, como é óbvio, com base no
números de infetados diagnosticados no local (aldeia, vila ou cidade) que, caso
tenha de romper, pontual ou diariamente, o isolamento sanitário (ou período de
quarentena) imposto pelo estado de emergência, a fim de cumprir ou resolver
fora de casa alguns dos seus compromissos laborais ou necessidades básicas, deve
ter em atenção mais um Conselho fundamental: regressado a casa, todas as
roupas externas e o calçado usados durante a saída à rua, sobretudo, se
frequentou locais onde possa ter estado muita gente, (supermercados,
micromercados, centros comerciais, padarias, farmácias, bancos, etc.), aumentando a possibilidade de haver
potenciais doentes, assintomáticos ou não, deveriam ser deixados fora de casa,
no hall, na garagem ou noutro espaço próximo da porta de entrada, se possível
expostos ao ar e ao sol, e, posteriormente, depositados em saco próprio ou
contentor de roupa suja, seguindo daqui para a lavagem em água quente, acima ou
igual a 60º C, como já foi referido mais acima. Os sapatos, tal como a roupa,
devem ser lavados e as solas desinfetadas com água e sabão ou uma mistura
aquosa de lixívia, já supracitada. Este conselho, sobre o especial cuidado a
ter com vestes e calçado, tem sido insistentemente referido por especialistas e
pessoal hospitalar, bem conhecedores da resistência deste vírus, quando infiltrado
nestes equipamentos.
12• Às autoridades de proteção civil, em
especial, aos bombeiros e às Forças Armadas, seguindo as orientações sanitárias
aconselhadas para o controlo de quaisquer crises epidémicas, como aquela que
agora vivemos, compete-lhes proceder à desinfeção periódica, através de
pulverização ou de limpeza antisséptica direta e manual, todos os locais, onde,
supostamente, se corra maior risco de infeto-contagiosidade viral: lares de
idosos, prisões e hospitais, bem como todos os espaços públicos onde,
porventura, possam haver resquícios ou partículas virulentas de COVID-19.
Em resumo:
Todos os materiais de uso individual devem
ser sujeitos a desinfeção periódica e, depois de lavados com água e sabão ou,
eventualmente, passados durante alguns minutos, numa mistura de água e lixívia
(tendo sempre em conta que alguns equipamentos, tecidos, em particular, podem
ser sensíveis a este produto e sofrer deterioração ou descoloração),
aconselha-se a que sejam colocados ao sol, sempre que seja possível. O
Coronavírus, assim exposto ao ambiente e às radiações solares, desidrata-se
facilmente e, ao sofrer danos na sua estrutura molecular, torna-se inativo e
incapaz de infetar qualquer hospedeiro.
13• Em época de Coronavírus ou não, sempre
que precisem de abrir qualquer caixote ou depósito de lixo público, se não
quiserem utilizar as vossas luvas, descartáveis ou não, gastar álcool,
borrifando o local onde irão pôr os vossos dedos para levantar a respetiva
tampa ou usar um qualquer pedaço de papel, para o mesmo efeito, mantendo sempre
a necessária distância para evitar sujar ou contaminar as vossas vestes, e
evitando, assim, contactos microbianos duvidosos, experimentem levantá-la (a
dita tampa) com um pequeno pau ou um pedaço de papelão grosso, do tamanho de um
palmo, sem tocar no caixote. Logo que a abertura do mesmo vos pareça suficiente
para inserirem os vossos sacos de lixo comum lá dentro, depositem-nos ou
lancem-nos ali, sem pressas, mas, antes de o fecharem, procurem deixar o
pauzinho ou o papelão que usaram na operação, bem trilhado sob a tampa e com a
sua maior porção voltada para o interior do dito depósito. Logo que outro
utilizador abra este caixote de lixo, o objeto ou o papelão ali deixado cairá,
de imediato, no seu interior. Caso usem
mãos livres, desinfetem-nas, obviamente, com álcool ou, chegados a casa, com
água abundante e sabão.
14• Nos casos especiais, em que há doentes
isolados, não no hospital, mas no domicilio, os cuidados, bem mais rigorosos, a
serem tidos em conta, para além dos que já citámos, deverão ser instituídos por
autoridades de saúde, médicos e enfermeiros, que venham a proceder ao
seguimento sanitário e terapêutico do enfermo e, por isso mesmo, entendemos não
os referir nesta Lista de Recomendações Gerais.
15• Tendo em conta tudo quanto foi dito
acerca da higiene e contenção da COVID-19, lembrem-se que, se o coronavírus
pode sobreviver no ambiente, com capacidade ativa e virulenta, e tem havido a
preocupação de desinfetar todos o espaços e zonas públicas, ruas e locais,
sobretudo, onde possa ter havido ou transitado grande número de pessoas, a
utilização dos “ares-condicionados” nas nossas residências ou locais de
trabalho, devem ser também, correta e regulamente, sujeitos a desinfeção
periódica. As infeções a Legionella pneumophila, que se desenvolve no
ambiente húmido dos equipamentos de ar-condicionado, são a prova irrefutável de
que há absoluta necessidade de proceder à manutenção destes equipamentos, para
evitar riscos de doença.
16• Nota Preventiva especial,
não menos importante do que todos as outras, anteriormente referidas: devam ter
em atenção qual o estado do vosso “sistema imunitário” porque é ele que marca a
diferença entre a nossa maior ou menor capacidade de resistência em relação a
qualquer agente infecioso. Uma boa imunidade depende de muitos fatores, mas,
acima de tudo, de uma alimentação equilibrada, da prática de exercício físico
regular e de uma boa suplementação vitamínica, o mais possível, natural, mas,
se necessário, também farmacológica. E, nesta crise atual, as vitaminas mais
essenciais são: todas as que constituem o complexo B, o ácido ascórbico
(vitamina C) e a vitamina D, esta última, considerada de especial importância
na prevenção e cura de doenças respiratórias provocadas por múltiplos agentes
infeciosos, incluindo o Coronavírus.
Lembramos, no entanto, que também as
Vitaminas, ou por fatores idiossincráticos ou por consumo em excesso, podem
desencadear efeitos ou reações indesejáveis. Assim, o ideal seria que pudessem
consultar o vosso médico assistente ou farmacêutico, antes de iniciar estes
suplementos.
Meditem nisto!
Ah, e repetindo-me, na rua ou em qualquer
espaço público ou privado (supermercados, repartições, etc.), onde estejam ou
onde tenham estado muitas pessoas, não deixem de usar MÁSCARA. Ainda que não
seja uma medida 100% protetora, garante-vos, seguramente, maior probabilidade
de não contrair doenças como esta, da COVID-19, de transmissão
predominantemente aérea, através da tosse e do espirro.
17• Evite, o mais possível, permanecer
muito tempo em espaços fechados e onde se concentre muita gente. Faça exercício
físico em casa, de preferência, ou ao ar livre, em zonas e locais onde não
cruze, necessariamente, com muita gente. Nestas ocupações, tal como em casa,
desde que não conviva com doentes, não se justifica, obviamente, o uso de
máscara.
Enquanto não surgir uma Vacina segura e,
suficientemente, preventiva, como a imunidade alargada de grupo, só conseguida
quando uma grande parte da população, atingida pela doença, recupera e passa a
dispor das suas próprias defesas, dos seus anticorpos naturais, o risco de se
poder assistir a uma segunda ou terceira vaga viral mais mortífera é sempre uma
possibilidade a ter em conta. Assim,
até que surja uma Vacina salvadora, não se deve afrouxar a vigilância e, quer
os cuidados higiénicos, quer a Máscara, continuam a ser a melhor defesa contra
este ou qualquer outro vírus infecioso, endémico, epidémico ou pandémico.
Deixo-vos uma última nota de
leitura, para meditarem:
A OMS, em 2009, revelou uma total
ingenuidade em relação às suas orientações e, visivelmente, entrou mesmo em
contradição. Por um lado, não aconselhava o uso de máscaras, a não ser para
quem estivesse doente e tivesse que permanecer em espaços públicos, fechados e
pouco arejados; para todos aqueles que não fossem considerados ou não se
considerassem doentes, enquanto viajassem de avião, de autocarro ou de comboio,
não lhes era recomendado o uso de máscara. Como qualquer indivíduo, numa fase
prodrómica da doença, ou não tem sintomas ou não tem queixas suficientes para
que alguém o classifique como doente, “sem etiqueta na testa de que está
infetado”, pode mexer ou tocar onde lhe apetecer, pode tossir, pode espirrar,
que ninguém dará por isso. Foi isso mesmo que aconteceu em 2009-2010,
ocasionando a disseminação relâmpago da Gripe Influenza A(H1N1)v. Hoje, uma vez
mais, perante a crise de COVID-19, a OMS, claramente, useira e vezeira nestas
falhas e contradições, voltou a cometer a mesma imprudência e incoerência,
aconselhando as autoridades sanitárias a seguir apenas estas medidas: “Em
qualquer espaço fechado, público ou privado, deve ser limitada a concentração
de pessoas (quatro por cada 100 m2), e estas deverão manter, sempre que
possível, a distância de dois metros entre si. Mas, máscara, quem quiser usa,
quem não quiser, não usa, porque não deve ser considerada uma medida
obrigatória. Entretanto, a mesma omnisciente instituição e, claro, também as
nossas autoridades sanitárias, a reboque destas decisões, perante a situação
crescente de doentes e falecidos por COVID, começaram, finalmente, a ponderar
se não seria melhor instituir o uso do dito acessório: a Máscara. Mas, o
“parto” está difícil. Aguardemos então pela suprema reflexão sobre esta última
medida.
Máscara - Pelo sim, pelo não, comecem a
usá-la, convenientemente, tendo em conta a sua desinfeção e reutilização
posterior, de acordo com todos os cuidados acima referidos.
Autor:
João Frada
Médico/Professor Universitário, Aposentado
(Especialista em Epidemiologia Histórica)
Doutor em Medicina (FML/HSM)
Fontes
Principais:
- FRADA, João. A Gripe Pneumónica em
Portugal Continental - 1918 (Estudo
Socioeconómico e Epidemiológico. Edição Setecaminhos: Lisboa, 2005.
- FRADA, João. Pandemias de Gripe A
(H1N1) em Portugal (1918 – 2009) – Ecos e cismas do passado no presente.
Edições Clinfontur: Lisboa, 2010. [Excerto da Obra - texto truncado e adaptado]
Secundárias:
- Cadeias de Transmissão de Coronavírus
(https://www.publico.pt/2020/03/22/sociedade/noticia/dgs-ja-nao-divulga-cadeias-transmissao-nao-caracteriza-perfil-doentes-internados-1908929)
- Notícias e dados colhidos a partir da
“Comunicação Social” diária - Periódicos e Televisões (Entre Dez. 2019 -
30.Mar.2020)
Nota: Seguir-se-á a Parte III-IV deste
Estudo
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