terça-feira, 25 de março de 2014

Passado e Presente: o mesmo de sempre

 Com tantos pontapés no que é legal e constitucional, infelizmente nota mais do que frequente em Portugal nestes últimos anos, pondo-se tudo em causa e alterando-se a bel-prazer dos governantes, em nome da situação caótica em que o país se encontra (um Titanic adernado e prestes a afundar), todos os acordos e contratos realizados com muito mais de 3 milhões de portugueses, embarcadiços ingénuos e confiantes, têm servido de papel higiénico reciclável destinado a outros fins. Para que “não seja ilegal” esta medida política, de romper o que se acordou com o cidadão, figura sem direitos, a não ser o de votar, se, porventura, faltarem leis adequadas às incontornáveis decisões executivas, que mais não são senão roubos descarados à cidadania, forja-se, da noite para o dia, “a necessária legislação” para a execução deste supremo objetivo de salvação nacional, espoliando quem menos recursos tem para se manter à tona de água e menos contribuiu para o naufrágio. É assim. Já quando enveredámos na senda da Expansão e dos Descobrimentos, em 1415, a chusma é que suportava os cortes na ração e no salário, e sempre no superior interesse da fé e da nação. 
Lamentamos que tais “pretensos salvadores nacionais”, como se considerou Vítor Gaspar e outros que lhe sucedem, não deit(ass)em também a mão a quem traça rotas de navegação sem rumo, sem sentido, a quem expõe este país à eminência de um desastre económico e financeiro sem precedentes e, “porque é ilegal”, não se atreva a confiscar-lhes também, em nome da dita salvação nacional, algumas das grandes “boias e coletes” bem almofadados e à prova de afundamento que detêm. Então, sim, todos contribuiriam para equilibrarem o barco. Mas a estes, nem Vítor Gaspar nem os que lhe sucederam ou sucederem, apostamos, serão capazes de lhes acenar com ilegalidades seja sobre o que for. Ou então, ainda que alguém ouse levantar a Espada de Dâmocles para repor a justiça, a legalidade e a moral, perante a lentidão e a ferrugem do nosso sistema jurídico-penal, facilitando as abençoadas prescrições, acabará por constatar que tudo não passou de uma utópica e frustrada intenção. 
Portugal, dizem já vozes críticas bem sonantes da sociedade portuguesa, é um país onde campeiam a corrupção e a ilegalidade… e às claras. 
Podemos não competir em áreas tecnológicas e científicas com os demais países vanguardistas nestas áreas, mas, em termos de venalidade, ah, aí damos cartas.  
É assim o Sistema…até que Deus queira ou os homens acordem.       

João Frada