Introspeção
Não
sei se chore, se ria,
Sabendo
que me queres bem
A
paixão, em demasia,
Não
dá descanso a ninguém.
Tantas
marés de emoções
Guardo
dentro do meu peito
São
sementes de ilusões
De
um amor quase perfeito.
Mas
se ele não incendeia
E
nada em nós fica ardendo
Não
passa de uma candeia
Que
dá luz e vai morrendo.
Quem
nos ama de verdade
Perdoa
quaisquer ofensas
E
sacia na saudade
A
sede das suas crenças.
A
tristeza e a alegria
São
pedras do meu caminho
Que
eu calco no dia a dia
Por
te ter tanto carinho.
Há
quem sonhe que o amor
Não
passa de um mar de rosas
Mas
até uma simples flor
Tem
virtudes perigosas.
Carrego
mágoas sem fim
Vão
soçobrando os meus ombros
Já
pouco resta de mim
Apenas
sombras e escombros.
Das
paixões ficam feridas
Que
nunca saram de vez
E
deixam nas nossas vidas
Sofrimento
e languidez.
Se
a morte me procurar
Em
busca de companhia
Apenas
há de levar
Uma
vida bem vazia.
Mas
se ela me atormentar
Vou
dizer-lhe sem receio
Nada
tenho pra te dar
A
não ser tudo o que odeio.
Calendas
2000