Hoje, a segunda figura mais alta da nação disse: «o inconseguimento de eu estar num centro de decisão fundamental a que
possa corresponder uma espécie de nível social frustacional derivado da crise.»
Dão-se alvíssaras a quem "traduzir".
Foi hoje na Rádio - TSF !!!?
Foi hoje na Rádio - TSF !!!?
Tentemos então proceder a esse trabalho hermenêutico.
Confusa como deve andar, perante
tanta controvérsia e antagonismo ideológico-político parlamentar e não
parlamentar com que se vê, diária e
constantemente rodeada e confrontada, sem grandes expetativas de mudança, ela,
“a segunda figura mais alta da nação”, diz o articulista, (…sem deixar de ter
em conta que o écran de televisão altera consideravelmente as medidas das
personagens sob o foco dos cameramen,
dando-nos uma ideia errada das reais dimensões, favorecendo-as ou
prejudicando-as em função das lentes-vídeo utilizadas, e não tendo, por outro
lado, acesso nem ao seu BI nem à funcionária da loja fashion que a veste para aferirmos e confirmarmos qual a sua
verdadeira altura…), acredita ou, melhor, parece desacreditar que está
realmente num “centro de decisão fundamental”, talvez porque entenda que as
suas funções, nesta altura complicada, não favorecem minimamente o rumo da
governação ou o seu perfil de maturidade política não corresponde
suficientemente às exigências complexas do mesmo centro de decisões o qual, no
entender de muita gente, é muitas vezes mais de indecisão do que de decisão,
sobretudo quanto se trata de favorecer o Zé Povinho ou de cortar nas mordomias
e privilégios parlamentares. Acrescendo a tudo isto, também devido à crise,
perante os apupos, insultos, “grandoladas” e vaias a que já assistiu dentro de
portas do mesmo “centro de decisão fundamental” e aos quais, seguramente,
continuará a assistir, dirigidos a si e a todos os deputados que ali estejam
sob a sua orientação presidencial convictamente inconseguida, como afirma, só
pode mesmo assumir, como se viu, que o “nível social frustracional devido à
crise” atinge toda a gente, incluindo-a a ela própria, estado psicológico que
lhe identificamos de há muito e que, pelos vistos, estará para durar. Quem vier
a seguir, na nossa opinião, não irá fazer melhor. As peças do xadrez são as
mesmas e o tabuleiro também. Por isso, mudar a rainha não resolverá em nada os
rumos da crise. Apenas minimizará o seu nível frustracional pessoal. Aguardemos
para ver se esta confissão não foi o prenúncio da sua próxima demissão.
Será que nos escapou algum
pormenor mais atípico?
João Frada