segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CIBERNAUTAS


CIBERNAUTAS

 

MEUS OLHOS, NUM TORVELINHO,

PARECEM  ROSAS DOS VENTOS,

SEMPRE À ESPERA DE AVISTAR

DOIS LÁBIOS LINDOS SAÍDOS

DOS CONFINS DO FIRMAMENTO,

DO CIBERESPAÇO PROFUNDO,

MESMO EM FLASH VIRTUAL…

É COISA QUE NÃO COMANDO.

QUALQUER BOCA, QUANDO A BEIJO,

PERFUMADA E DIVINAL,

SUSPENDE-ME O RESPIRAR.

 

CHOVEM BEIJOS E ABRAÇOS,

PALAVRAS DE ESTIMAÇÃO,

LÁBIOS DOCES EM CORTEJO

ROMPEM DE TODOS OS ESPAÇOS,

A ABARROTAR  DE  DESEJO

E  DE  FRANCA  SEDUÇÃO.

 

MAS DE TI, NADA ME CHEGA

…E NÃO ENCONTRO A RAZÃO…

NEM SUSSURROS INOCENTES,

NEM PROMESSAS, NEM EXCESSOS

DE TERNURA E DE EMOÇÃO,

NEM UM ESGAR DO TEU SORRISO

NENHUNS INDÍCIOS DE AFETOS.

NUM CIBERESPAÇO IMPONENTE    

MAL TE OIÇO E TE DIVISO. 

 

TU E EU,  DOIS VIAJANTES,

CARREGANDO OS SEUS CANSAÇOS,

NOS CONFINS DA SOLIDÃO

COLIDIMOS COMO AMANTES

E NADA ENTRE NÓS SE PRODUZ,

NEM COMPROMISSOS NEM LAÇOS

QUE NOS LIGUEM POR INSTANTES.

SOMOS, NO COSMOS, DOIS ASTROS

BRILHANDO NA ESCURIDÃO,

CADA QUAL, COM SUA LUZ,

VIAJANDO EM CONTRAMÃO.

 

CALENDAS 2000