Saudade
A saudade é uma espada
que há muito trago à cintura
quanto mais fica afiada
mais me dói e me tortura
Quis matar esta saudade
Roguei-lhe pragas à orça
Desejei-lhe infelicidade
E agora voltou em força
A saudade é como um rio
Que nos banha o pensamento
E nos lança o desafio
De cantar o sentimento
Quem não sofre de saudade
Nem sabe a sorte que tem
Mas não sente a felicidade
Porque não ama ninguém
Dentro de nós, a saudade
Quanto a sentimos de alguém
É tal qual a tempestade
Não sabe a força que tem.
Calendas Musical, 2000