“Falando na comissão parlamentar de saúde sobre política do medicamento, Paulo Macedo afirmou que só quem tem interesses diz que não há medicamentos, já que 20 milhões de fármacos é quanto os portugueses compram por mês.
O ministro aproveitou para referir que em 2013 foram vendidos mais sete milhões de embalagens de medicamentos do que no ano anterior, quando já se tinha registado também um aumento.”
Não são só 20 milhões, Senhor Ministro! São muito mais do que isso.
Esses, são apenas os que são contabilizados através do receituário oficial, com direito a comparticipação.
E os outros medicamentos, os que são comprados sem receita? E são tantos os que não têm direito a comparticipação ou são comprados diretamente ao balcão da farmácia, apenas com a orientação e sugestão do farmacêutico, evitando uma ida ao médico, uma deslocação ao centro de saúde ou ao hospital, porque não há tempo disponível para ir a uma consulta, porque se poderá ter de pagar o transporte até ao local de prestação de cuidados assistenciais, porque o patrão desconta as horas ou o dia de trabalho, pouco preocupado se o indivíduo está seriamente doente ou não, porque se paga uma taxa moderadora, porque se está coxo ou com diarreia e não há condições nem tempo para ir ao médico obter a dita receita, por tantas outras razões...
Deste modo, a informação que serve de leitura estatística de venda e de consumo de medicamentos a Sua Excelência, o Senhor Ministro da Saúde e aos seus excelentíssimos colaboradores, seguramente, ficará muito aquém da realidade, porque os tais medicamentos comprados diretamente na farmácia, sem qualquer receita, dificilmente poderão ser contabilizados.
Mais sete milhões de embalagens vendidas em 2013, do que em 2012?! Porque será, Senhor Ministro? Porque o pessoal adora mastigar ou chupar pílulas, cápsulas ou comprimidos? Será? Não nos parece.
Quando fala de medicamentos, o Senhor Ministro, para além da certeza que tem sobre o excessivo consumo de antibióticos, questão que já abordámos em Carta Aberta que lhe dirigimos, não nos diz quais são as outras classes de fármacos mais consumidos em Portugal. Serão tranquilizantes, hipnótico-sedativos, ansiolíticos, cardiotónicos e antiarrítmicos, anti-hipertensores? Atendendo ao estado de espírito, profundamente caótico em que cerca de 85% da população, senão mais, vive, mergulhada no desânimo, na angústia, no desespero, na crispação, na desesperança, comendo e dormindo mal, desconfiamos que sim. Deverão ser estas as categorias de fármacos mais consumidos. Se não, gostaríamos que nos desse a conhecer essas estatísticas.
Não nos admiraríamos que, a par dos Antibióticos, usados, pelos vistos, para combater massivamente doenças, em particular, respiratórias altas e baixas, na ausência de uma estratégia preventiva nacional mais eficaz, por falta de vacinas nos postos sanitários, como foi o caso da vacina da gripe 2013-14, e tardia entrada de outras no Programa Nacional de Vacinas, em particular, a anti-pneumocócica, os portugueses estejam também a consumir psicofármacos em grande quantidade, uns vendidos com receita e outros não. Se assim for, e sabemos que as patologias psicológicas e psiquiátricas dispararam com este ambiente de austeridade, crise, desemprego, instabilidade emocional individual e familiar, fome e faltas de todo o tipo, que estará o Senhor Ministro, e o Governo a que Vossa Excelência pertence, a pensar fazer para atalhar este problema de Saúde Pública?
Será que os lamentos que ouvimos a Vossa Excelência, perante os tremendos gastos e consumos verificados, visam apenas justificar e retirar mais alguns medicamentos da lista de comparticipações? Ou estará o Ministério da Saúde a ponderar em combater radicalmente este problema, através da melhoria real das condições de vida da população?
Se após a saída da Troika, os cortes e as medidas de austeridade vão doer, ainda mais, como tudo indica, na pele dos ditos “hiperconsumidores” de medicamentos, induzindo-lhes mais instabilidade vivencial e dependência farmacológica, senhor Ministro, as ditas compras de xaropes, pílulas, cápsulas e comprimidos não irão ficar só pelos 20 milhões por mês. Pode escrever!
Esses, são apenas os que são contabilizados através do receituário oficial, com direito a comparticipação.
E os outros medicamentos, os que são comprados sem receita? E são tantos os que não têm direito a comparticipação ou são comprados diretamente ao balcão da farmácia, apenas com a orientação e sugestão do farmacêutico, evitando uma ida ao médico, uma deslocação ao centro de saúde ou ao hospital, porque não há tempo disponível para ir a uma consulta, porque se poderá ter de pagar o transporte até ao local de prestação de cuidados assistenciais, porque o patrão desconta as horas ou o dia de trabalho, pouco preocupado se o indivíduo está seriamente doente ou não, porque se paga uma taxa moderadora, porque se está coxo ou com diarreia e não há condições nem tempo para ir ao médico obter a dita receita, por tantas outras razões...
Deste modo, a informação que serve de leitura estatística de venda e de consumo de medicamentos a Sua Excelência, o Senhor Ministro da Saúde e aos seus excelentíssimos colaboradores, seguramente, ficará muito aquém da realidade, porque os tais medicamentos comprados diretamente na farmácia, sem qualquer receita, dificilmente poderão ser contabilizados.
Mais sete milhões de embalagens vendidas em 2013, do que em 2012?! Porque será, Senhor Ministro? Porque o pessoal adora mastigar ou chupar pílulas, cápsulas ou comprimidos? Será? Não nos parece.
Quando fala de medicamentos, o Senhor Ministro, para além da certeza que tem sobre o excessivo consumo de antibióticos, questão que já abordámos em Carta Aberta que lhe dirigimos, não nos diz quais são as outras classes de fármacos mais consumidos em Portugal. Serão tranquilizantes, hipnótico-sedativos, ansiolíticos, cardiotónicos e antiarrítmicos, anti-hipertensores? Atendendo ao estado de espírito, profundamente caótico em que cerca de 85% da população, senão mais, vive, mergulhada no desânimo, na angústia, no desespero, na crispação, na desesperança, comendo e dormindo mal, desconfiamos que sim. Deverão ser estas as categorias de fármacos mais consumidos. Se não, gostaríamos que nos desse a conhecer essas estatísticas.
Não nos admiraríamos que, a par dos Antibióticos, usados, pelos vistos, para combater massivamente doenças, em particular, respiratórias altas e baixas, na ausência de uma estratégia preventiva nacional mais eficaz, por falta de vacinas nos postos sanitários, como foi o caso da vacina da gripe 2013-14, e tardia entrada de outras no Programa Nacional de Vacinas, em particular, a anti-pneumocócica, os portugueses estejam também a consumir psicofármacos em grande quantidade, uns vendidos com receita e outros não. Se assim for, e sabemos que as patologias psicológicas e psiquiátricas dispararam com este ambiente de austeridade, crise, desemprego, instabilidade emocional individual e familiar, fome e faltas de todo o tipo, que estará o Senhor Ministro, e o Governo a que Vossa Excelência pertence, a pensar fazer para atalhar este problema de Saúde Pública?
Será que os lamentos que ouvimos a Vossa Excelência, perante os tremendos gastos e consumos verificados, visam apenas justificar e retirar mais alguns medicamentos da lista de comparticipações? Ou estará o Ministério da Saúde a ponderar em combater radicalmente este problema, através da melhoria real das condições de vida da população?
Se após a saída da Troika, os cortes e as medidas de austeridade vão doer, ainda mais, como tudo indica, na pele dos ditos “hiperconsumidores” de medicamentos, induzindo-lhes mais instabilidade vivencial e dependência farmacológica, senhor Ministro, as ditas compras de xaropes, pílulas, cápsulas e comprimidos não irão ficar só pelos 20 milhões por mês. Pode escrever!
João Frada