quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

NATAL


Natal

 

É um dia especial

Não há dúvida nenhuma

Quer se acredite quer não

Na vinda do Deus-menino

Nascido em gruta fria

Em Belém da Galileia

No presépio, no burrinho

No galo, nas ovelhinhas

Até num boi, desgarrado

Deste bioma local.

 

E começa o ritual

Surgido no meio da bruma

Uma noite de união

Benzida de amor divino

Em que se vive a harmonia

O carinho, a mesa cheia

E a crença no sapatinho

E os olhos das criancinhas

Com olhar arregalado

Acordam mais um Natal.     

 

Natal 2014.

SABIÁ bêbado


O  SABIÁ bêbado

 

- Bom dia, aí, sabiá!

Já acordado aos saltinhos!?

Marchas de pernas trocadas,

Passo em frente e dois atrás,

Tens tantas penas quebradas

E ar de quem não dormiu…

 

- Tens razão, passei a noite

Entre amigos e vizinhos,

Todos eles, camaradas,

Na “festa do assobio”,

E meti-me em trapalhadas…

Eu que apenas bebo leite.

 

Pra não fazer má figura,

Provei cachaças e vinhos,

Dei-lhe a sério, feio e forte.

Agora, náusea e tontura

E língua entaramelada…

Estás a ver a minha sorte!?

 

- Pois, sei bem como isso é.

Quem bebe assim com fartura,

Nunca tem marcha direita,

Não faz caso da postura,

Mal consegue estar de pé

Ou diz uma frase perfeita.

 

- Olha lá, ó companheiro

Vejo que sabes de cor

Estes “ossos” do ofício!

- Dizes bem, não sou copeiro

Nem polícia nem doutor

Mas sofro do mesmo vício.

  

Lisboa, Calendas 2011