quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

SABIÁ bêbado


O  SABIÁ bêbado

 

- Bom dia, aí, sabiá!

Já acordado aos saltinhos!?

Marchas de pernas trocadas,

Passo em frente e dois atrás,

Tens tantas penas quebradas

E ar de quem não dormiu…

 

- Tens razão, passei a noite

Entre amigos e vizinhos,

Todos eles, camaradas,

Na “festa do assobio”,

E meti-me em trapalhadas…

Eu que apenas bebo leite.

 

Pra não fazer má figura,

Provei cachaças e vinhos,

Dei-lhe a sério, feio e forte.

Agora, náusea e tontura

E língua entaramelada…

Estás a ver a minha sorte!?

 

- Pois, sei bem como isso é.

Quem bebe assim com fartura,

Nunca tem marcha direita,

Não faz caso da postura,

Mal consegue estar de pé

Ou diz uma frase perfeita.

 

- Olha lá, ó companheiro

Vejo que sabes de cor

Estes “ossos” do ofício!

- Dizes bem, não sou copeiro

Nem polícia nem doutor

Mas sofro do mesmo vício.

  

Lisboa, Calendas 2011

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