O SABIÁ bêbado
- Bom dia,
aí, sabiá!
Já acordado
aos saltinhos!?
Marchas de pernas
trocadas,
Passo em
frente e dois atrás,
Tens tantas penas
quebradas
E ar de quem
não dormiu…
- Tens
razão, passei a noite
Entre amigos
e vizinhos,
Todos eles,
camaradas,
Na “festa do
assobio”,
E meti-me em
trapalhadas…
Eu que
apenas bebo leite.
Pra não
fazer má figura,
Provei cachaças
e vinhos,
Dei-lhe a
sério, feio e forte.
Agora, náusea
e tontura
E língua
entaramelada…
Estás a ver
a minha sorte!?
- Pois, sei
bem como isso é.
Quem bebe
assim com fartura,
Nunca tem
marcha direita,
Não faz caso
da postura,
Mal consegue
estar de pé
Ou diz uma
frase perfeita.
- Olha lá, ó
companheiro
Vejo que sabes
de cor
Estes “ossos”
do ofício!
- Dizes bem,
não sou copeiro
Nem polícia
nem doutor
Mas sofro do
mesmo vício.
Lisboa, Calendas 2011
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