Posso cruzar mil portais, tempos perdidos,
voar sem asas, saltar de uma cascata,
sulcar o cosmos em busca de outros sóis,
de arcos-íris jorrando rios de prata,
finos rubis, tesouros e esmeraldas,
de mágicos faróis, jardins suspensos
de amores perfeitos, rosas e grinaldas…
Sonhando o impossível, sem temor,
posso alhear-me nas raias da loucura,
porque sei que a tua alma, meu amor,
olha por mim, zelosa, com ternura.
Meu anjo branco, sempre vigilante
nas minhas perdas de rumo e de razão,
luz divina que vejo a cada instante
e traz o meu destino pela mão.
João Frada
Calendas Poéticas 2000
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