Passarinho, quando cantas
Diz-me lá porque chilreias.
Será assim que tu espantas
Tantas desgraças alheias?
Meu passarinho adorado
Deste-me tudo o que eu quis
Agora vives poisado
Sobre o meu ombro, feliz.
Roubaste-me as minhas penas
Pra te poderes libertar
Porque é que tu me condenas
Se não consegues voar?
Com rimas tão magoadas
Quase a medo, chilreando
Vais aguardando alvoradas
Enquanto voas, chorando
Confia nas tuas asas
Tens no céu o teu limite
A vida guarda surpresas
Que nos chegam sem convite
Inda um dia hás de voar
Rumo ao cosmos da paixão
Passarinho: vou lá estar
Pra te guiar pela mão.
João Frada
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