Poetisa
Poetisa, poetisa,
Sabe-se lá vinda de onde,
Cantando odes à vida
Ao toque de um realejo.
Feiticeira de olhos verdes
Que cruzaste o meu caminho
E me soubeste encantar
Com rimas doces, falantes,
Ditas em verso, poema
Feito de cor e perfume.
Poetisa, poetisa,
Que nos teus versos me prendes
E em cada palavra solta
E em cada rima sentida
Sinto ser o meu ensejo
De colher céus, horizontes,
Raios de sol e luar,
Brisas repletas de aromas
De hortelã e alfazema,
De rosmaninho e poejo.
Poetisa, poetisa,
Enquanto o vento lançar
Odores, assim, de arrastão,
Meu amor, a minha vida,
Presa a ti por tantos laços
É como o trigo e a fonte,
Nascidos do mesmo chão,
Saídos da mesma fenda.
Quando me estreitas nos braços
Ceifando a fome, o desejo,
És a ceifeira mais linda
Das terras do Alentejo.
Calendas Poéticas 2000
J.F.
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