Semente de Amor
Meu amor, semente à espera
De terra fertilizante
Sonhando com a primavera
A toda a hora e instante
Na secura dos caminhos
Calaste prantos e dores
Mal sabendo que entre os espinhos
Também nascem lindas flores
De tão longe fui espreitar-te
Era um crente peregrino
Queria apenas abraçar-te
E seguir o meu destino
Fiquei preso à tua boca
Mal te vi, naquele dia,
Minh´alma ficou tão louca
Quase morri de alegria
Saíram dos nossos lábios
Juras que o tempo esqueceu
Enchemos dois alfarrábios
De mil folhas, tu e eu.
Dissemos muito um ao outro
Pouco ficou por dizer
As vidas com tanto rasto
São tão difíceis de ler
Mas até nas entrelinhas
Nos lemos como ninguém
Mesmo em letras pequeninas
Sabemos quem nos quer bem.
Calendas, 2000
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