quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

PROMESSAS

Promessas

Promessas, firmes vontades
Que ouvimos por todo o lado
Nos campos e nas cidades
Um belo refrão de fado

Bandidos de colarinho
Branco e engomado, cautela
Prometem doces  e vinho
Não caias nessa esparrela

Jogam sempre na incerteza  
Mentem com todos os dentes
Hoje, só delicadeza
Amanhã, indiferentes

Mal se apanham no poleiro
Tudo o resto que se lixe
Enquanto houver mealheiro
Governar é coisa fixe

E tudo volta ao início
Cavalos, jockeys e pistas
Uns montam, matam o vício,
Outros viram masoquistas

Quem tem as rédeas na mão
E folga um pouco a arreata
Não perde a ocasião
De gritar: sou democrata  

Apostas nestes cavalos
São como passos perdidos
Uns coxeiam, têm calos
Outros defeitos escondidos
 
Não te agridem com grilhetas
Nem com veneno de ratos
Mas atiram-te às sargetas
Rompem acordos, contratos   

É tempo de apontar armas
De fazer o que é devido
rompendo regras e normas
agindo com algum sentido

Gente ruim e sem decência
na postura e na parada
só merece a deferência
de ser tratada à paulada.

Tocam bem alto as trombetas
Trazem  bandeiras na mão
Mas atrás destes estafetas
Estão mil balas de canhão

Protegidos pela lei,
Que “vestem” sempre à medida,
E com perfume de rei.
A plebe vive fedida.

Acordem éguas, cavalos
Deem pinotes no ar
Provoquem alguns abalos
Até o sismo estoirar

Talvez por ser otimista
Termine desta maneira:
deve-se ser pacifista,
Mas não burro, a vida inteira.

João Frada


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